As escolhas iniciais são pedras angulares na profissão
- Zalmir Silvino Cubas
- 5 de abr. de 2021
- 5 min de leitura
Atualizado: 9 de abr. de 2021
Olá amiga. Olá amigo. O blog está lançado, agora é produzir conteúdo para você. As postagens que inicio hoje são sobre temas relacionados à vida profissional. A ideia é ajudar você com minha vivência. Todo mundo sabe que sou médico veterinário, mas se você é de outra profissão, não deixe de seguir meu blog. Garanto que as dúvidas que você tem são as mesmas de jovens médicos veterinários. Simplesmente adapte as situações aqui apresentadas à sua realidade. Obrigado por visitar o blog. Esclareço que utilizei o gênero masculino genérico, que representa o gênero humano e que engloba os gêneros masculino, feminino e outros.
Se você está vivendo momentos de dúvida ou se está insatisfeito com a profissão ou o trabalho, saiba que você não é o único. Na verdade, a grande maioria das pessoas fica insatisfeita com o trabalho em algum momento da vida. Isso não é motivo de grande preocupação, a não ser que essa insatisfação torne-se constante ou recorrente e passe a gerar desequilíbrios mentais e físicos. Minha dica para a abordagem dessa situação é a reflexão. Você pode fazer isso sozinho, mas eu recomendo que busque a orientação de um profissional (psicólogo). Reserve alguns minutos do dia para essa reflexão, busque um lugar tranquilo e comece a pensar sobre suas escolhas.

Antes de analisar o momento atual, reflita sobre os acontecimentos e as decisões que o levaram à atual condição. Assegure-se de estar conduzindo a reflexão de forma construtiva. Evite procurar justificativas, como as do tipo: se eu tivesse aceitado o outro emprego eu estaria melhor; se eu tivesse feito especialização em uma área que dá mais dinheiro eu não estaria quebrado. Não é este o objetivo da análise retrospectiva. A ideia é descobrir a origem da insatisfação, que pode estar em uma escolha. Veja bem, eu não disse uma escolha mal feita, mas uma escolha que parecia ser a mais adequada naquele momento da vida.
Se a dúvida é com a escolha da profissão (acho que não levo jeito para a medicina veterinária e tal), comece listando os motivos que levaram você a decidir pelo curso. Se você está insatisfeito com o emprego ou com determinada escolha profissional, enumere as razões que levaram você a aceitar o emprego ou decidir-se por um determinado caminho. É provável que você se lembre de motivos que não são mais justificáveis no momento. Por exemplo, você pode lembrar que quando era adolescente desejou ser médico veterinário porque não ia precisar lidar com gente. Passados alguns anos você percebeu que a coisa é bem diferente, que as relações interpessoais são intensas e muitas vezes conflitantes na vida do veterinário. Você aceitou o emprego em uma clínica porque achou que iria ganhar um bom dinheiro e teria os domingos livres. Percebeu que estava equivocado, que a realidade é bem diferente. Agora precisar reavaliar sua decisão e achar outras razões que justifiquem você permanecer nesse caminho ou tomar outro rumo na vida.
Você já deve ter ouvido o termo pedra angular, usado com frequência no Novo Testamento como referência a Jesus Cristo. A pedra angular é colocada no canto de uma construção e deve formar um ângulo exato de 90 graus entre as paredes. Se a pedra angular for mal posicionada, todas as paredes ficam desalinhadas e a construção fica comprometida. A primeira pedra é equivalente à primeira decisão, que pode ser a escolha da profissão, a aceitação da oferta de emprego, a decisão por prestar um concurso ou fazer uma pós-graduação. Estas escolhas vão gerar grandes investimentos e esforços e determinarão o curso de sua vida. Então não dá para errar, né? Dá sim. Sempre há tempo para recomeçar, fazer novas escolhas e buscar a felicidade. Isso não é desistir, é corrigir o rumo. Veja o exemplo de pessoas que acabaram mudando de profissão pois descobriram que as escolhas feitas não se encaixavam mais em seus novos projetos. Como é bom ter este poder de escolha a qualquer tempo, né? Isto é livre arbítrio.
Apesar de existir essa possibilidade de mudanças na vida, pense bem antes de tomar uma decisão importante. Avalie os prós e contras, suas motivações, suas habilidades, sua capacitação e se a escolha trará felicidade para você e sua família. Veja que estou falando em ser feliz, não em ficar rico nem em ficar famoso ou ter poder. O retorno financeiro e o reconhecimento profissional são normalmente decorrentes de boas escolhas, a tal pedra angular bem colocada. Tomar uma decisão importante pensando somente em ganhos financeiros é grave, pois pode levar a pessoa a ficar sem dinheiro, infeliz e, pior de tudo, sem saúde mental e física.
Para finalizar, quero contar como me decidi por essa apaixonante profissão e pela minha especialidade. Acho que já nasci médico veterinário. Minha mãe e minhas irmãs contam que eu falava, aos quatro ou cinco anos de idade, que queria ser médico de bicho. Na infância e adolescência eu costumava assistir programas de animais selvagens e passei a sonhar com a possibilidade de viver entre esses animais. Queria ajudar a salvá-los da extinção.
Os efeitos da lei universal da atração foram marcantes em minha vida: meus pensamentos criaram minha realidade. Se você acreditar verdadeiramente que seu sonho pode se realizar, há grande chance que ele realmente aconteça, não importa o tamanho das adversidades. O sonho se materializou: tornei-me médico veterinário de animais selvagens, e mais que isso, pude construir muitas coisas boas. Gratidão. Outros sonhos de infância e juventude se realizaram. Nas próximas postagens vou contar sobre sonhos realizados. Sorte na vida? As coisas eram mais fáceis antigamente? Havia menos concorrência? Será?
- Uau! Professor Zalmir, o senhor é tão seguro. Você sempre soube o que queria da vida. Quisera eu ser assim como o senhor.
- Calma lá menino, vou contar uma coisa. Escuta aí. Antes de eu entrar no ensino médio vivi um período de dúvidas e passei a considerar a possibilidade de fazer vestibular para arquitetura.
- Não acredito!
- Eu gostava de desenhar e o curso de arquitetura parecia perfeito para mim. Na época, o ensino médio era profissionalizante, então escolhi o curso técnico em edificações no Colégio Estadual do Paraná. Cheguei a trabalhar como desenhista de projetos arquitetônico e de eletrificação rural. Felizmente minha intuição foi mais forte e no terceirão já estava decidido a fazer medicina veterinária. Decidi por meu sonho, por minha missão de vida, pelo que me deixava feliz. Fiz a escolha certa! Pura intuição. Lembre-se, nunca ignore sua intuição.
- Nossa, professor, não imaginava que o senhor também passara por momentos de dúvidas, que o senhor sentiu medo de fazer escolhas. Estou surpreso!
- Viu só? E tenho muito mais para contar. Só não falte a próxima aula. Vem que tem mais papo bom por aí.
E você aí querido leitor, comente e compartilhe, se gostou.
Grande Mestre Zalmir... parabéns pelo blog!!! Muito gostosa essa leitura e a reflexão que fazemos ao ler suas mensagens. Sobre a pedra angular, hahahhaa, acho que já posicionei várias, kkkk. Não tenho a menor dúvida sobre a medicina veterinária ser minha grande paixão, porém, eventualmente, sinto inseguranças quanto ao caminho escolhido e as decisões tomadas... por isso as reflexões que vc levanta são realmente bem vindas! Um grande abraço.
Parabéns Irmão pela iniciativa do blog, com certeza trará muitas oportunidades de ensinamentos e aprendizados, sei que o manterá com a responsabilidade e carinho que dedica a tudo que se propõe a fazer.
Quanto ao tema inicial do seu blog sou testemunha de que para a edificação de sua profissão a pedra angular foi milimetricamente colocada.
Nascendo de uma paixão de infância - porque realmente aos quatro anos parecia ter convicção ao nos dizer que seria médico de bicho - foi se solidificando e persistiu mesmo quando uma outra boa oportunidade de escolha surgiu na adolescência.
E assim, venceu a escolha de infância, a paixão por cuidar, a intuição de que este era o caminho da realização pessoal e profissional…